Começou como um evento de fim de Verão, para preencher o calendário de animação da vila da Golegã antes da grande Feira de S. Martinho, que se realiza em novembro. Mas rapidamente o Olé Golegã ganhou estatuto e tornou-se no terceiro maior evento do concelho, a par da Expoégua e apenas superado pela Feira do Cavalo / Feira de S. Martinho. Este ano, o evento bate recordes com mais um dia de programa. São ao todo quatro dias de muita festa brava, desfiles equestres, folclore, música ao vivo, salero e tradições bem ribatejanas.
Pensado como um evento para trazer de volta à Golegã as tradições ligadas ao toiro, este evento assentou raízes no forte historial desta vila de onde saíram grandes toureiros e onde pontificou Manuel dos Santos. Como “Capital do Cavalo”, a Golegã consolidou a sua posição de destaque nesta área mas foi perdendo a sua ligação à festa brava que foi retomada com este evento que traz às ruas da vila largadas e encierros de toiros, garraiadas e espera de gado.
O Olé Golegã decorre este ano de 3 a 6 de setembro, arrancando na quinta-feira, dia 3, com encierro de um toiro na Rua João de Deus, seguindo-se bailarico, sevilhanas com o grupo Las Rocieras e largada de vacas. Na sexta, há novo encierro e uma espera e largada de vacas. No palco principal, batizado de Agromais como reconhecimento do patrocinador, vai haver concerto com 300& Friends e Dj. No sábado, a manhã é preenchida por uma gincana a cavalo, numa colaboração inédita com a Associação Nacional de Turismo Equestre. De tarde, há garraiada para petizes na Rua João de Deus, e uma espera e largada de toiro (às 17h). À noite, há uma outra largada e no palco Agromais realiza-se o Festival de Folclore do Rancho Folclórico da Golegã com a participação dos grupos “Os Marceneiros de Rebordosa”, “Os Fazendeiros das Lagameças” e “Os Camponeses de Malpique”. Este festival é já uma parceria consolidada entre a organização da Olé Golegã e o rancho local. Nesta noite de sábado regressam as sevilhanas com o grupo Sabor Flamenco & Las Rocieras e atuam ainda os Pringá. No domingo, outro momento alto da festa com desfile e bênção de gado entre a Rua João de Deus e a Igreja Matriz, às 12h, e depois com homenagem à figura de um campino, às 15h, já no picadeiro central do Largo do Arneiro, que é onde se concentram todas as atenções desta festa. “O nosso foco deste ano é na exaltação da figura do campino como um homem de trabalho ligado aos toiros e como uma das principais figuras da Golegã, terra de muita campinagem”, refere um dos organizadores da festa, Luís Godinho. É nesta vertente profissional do campino que a festa se destaca por dar espaço, na tarde de domingo, para uma prova de condução de jogos de cabrestos e a uma prova de perícia de campinos, dois trabalhos próprios do ofício do campino. Neste último dia de festa, que normalmente terminava pela tarde, a organização resolveu também reforçar a animação que se estende pela noite com o grande concerto de cartaz deste evento, a atuação da banda David Antunes & The Midnight Band, às 22h, no palco principal. Mas antes disso, pode ainda participar numa espera e largada de toiros na Rua João de Deus, às 18h30.
A organização conta com o apoio financeiro e logístico de muitas entidades privadas do concelho mas tem na Câmara Municipal da Golegã e na Junta de Freguesia da Golegã os principais parceiros e suportes do evento. Ambas estas entidades atribuem um subsídio ao evento e a Junta paga um dos espetáculos. Luís Godinho destaca o reforço do apoio da Câmara que este ano se empenhou ainda mais na dinamização do evento, quer a nível financeiro quer ao nível da logística que facilita para a sua realização.
Mas o Olé Golegã já vai para além destes dias de festa em setembro. A organização constitui-se como uma associação e ao longo do ano vai realizando alguns eventos que aninam o concelho, como foi o caso da Festa Campera, na Quinta de Mato Miranda, do Passeio Hípico, em abril, ao qual se juntou uma noite de fados. Além disso, a autarquia convidou a Olé Golegã para ser responsável da animação noturna durante os dias da Expoégua.
“Penso que conseguimos reavivar o espírito da festa brava na Golegã, fazendo um evento mais voltado para os residentes na Golegã mas que já atrai também muitos visitantes de concelhos vizinhos”, refere Luís Godinho. O evento conseguiu já alcançar alguma sustentabilidade financeira e a organização, que começou com 11 elementos, tem agora os 18 membros da associação e mais alguns amigos e conhecidos que perfazem um total de quase 30 pessoas a trabalhar na preparação do Olé Golegã.
O Largo do Arneiro é o espaço central deste evento que tem também espaços de restauração, stands de produtos artesanais e não só, e muitas barraquinhas de bebida.
Fonte: ORibatejo.PT